quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Melhores de 2008 - Parte 3

10) Brian Eno & David Byrne – Everything That Happens Will Happen Today



Muito distante do que poderiamos esperar de uma parceria Eno/Byrne e de uma limpidez Sonora esntonteante. Eno apresenta algumas belas composições e a voz de Byrne nunca esteve tão boa.


Brian Eno & David Byrne – “Strange Overtones”

9) Vampire Weekend – Vampire Weekend



Dentro da quantidade absurda de hype (e a inevitável reação contrária que se seguiu) acaba se perdendo quão preciso Ezra Koenig é com detalhes (quase todas as canções aqui tem pelo menos um verso que é tão vivido e exato que é difícil a partir daquele ponto manter alguma resistência a ela) e como a banda aperfeiçoou sua formula pop a ponto desta estréia ser mais sólida faixa a faixa que muitas coletâneas por ai..


Vampire Weekend – “Oxford Comma”

8) Nas – Untitled



A segunda metade é uma das maiores coleções de petardos em muito tempo. Nas sério e focado como nada que gravara desde Illmatic.


Nas – “Testify”

7) Spiritualized – Songs in A&E



As canções da UTI de Jason Pierce são uma verdadeira entrevista com a morte, entre a agonia e o alívio, num mergulho no desconhecido como poucas na sua obra.


Spiritualized – “Soul on Fire”

5) The Hold Steady – Stay Positive e The Gaslight Anthem – The '59 Sound



Tanto o Hold Steady quanto o Gaslight Anthem sabem minar a história do rock comercial americano para melhor construir seu som e curiosamente ambos parecem encarar rock como uma verdadeira experiência religiosa. Na altura deste Stay Positive, Craig Finn já mais que aperfeiçoou sua formula e parece nos convidar para uma estadia aconchegante no seu templo enquanto desfila seus causos (aqui filtrados com um pouco mais de distanciamento que nos discos anteriores). A maravilhosa Slapped Actress mais que uma homenagem a John Cassavetes, é uma verdadeira declaração de princípios. Já o Gaslight Anthem mais jovens filtram seu som a partir de uma chave bem mais nostálgica (a melhor música do seu bom disco de estréia Sink and Swin continha os seguintes versos sem nenhuma ironia: You were gonna be my Judy Garland/We were gonna share your Tin Man heart). Sobretudo o Gaslight parece buscar desesperadamente a clareza e limpidez de outra era. Chame-os de Peter Bogdanovich do rock se quiserem, mas a sinceridade e certeza com que se lançam nesta operação tornam de The 59 Sound irresistível.


The Hold Steady – “Slapped Actress”


The Gaslight Anthem – “The 59 Sound”

4) Subtle – ExitingARM



O irmão gêmeo de Dear Science. De certa forma, o melhor grupo de avant hip hop do mundo faz um trabalho ainda mais impressionante de estabelecer pontes sonoras. Pena que o disco tenha passado quase despercebido quando saiu. É verdade que Doseone é por vezes tão obscuro quanto sua voz é elástica, mas ExtingARM merecia sorte melhor.


Subtle – “ExitingARM”

3) Beck – Modern Guilt



O desencontro entre a produção do Danger Mouse e as composições do Beck consegue deixar Modern Guilt mais assustador e sufocante que Sea Change.


Beck – “Volcano”

2) Drive By Truckers – Brighter Than Creation’s Dark



Quando se temia pelo futuro do Drive by Truckers depois da saída do Jason Isbell eis que eles nos entregam dezenove (!) canções perfeitas. Petterson Hood e Mike Cooley, muito obrigado.


Drive By Truckers – “Daddy Needs a Drink”

1) TV on the Radio – Dear Science,



Não tenho muito como evitar ser óbvio desta vez. Para alem das muitas e esperadas grandes soluções sonoras, a grande sacada de David Sitek aqui foi mesmo aumentar a importância dos vocais do Tunde Adebimpe e Kyp Malone, o que garante que Dear Science, mantenha todas as qualidades do Return to Cookie Mountain e ao mesmo tempo seja mais expansivo.


TV on the Radio – “Family Tree”

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Melhores de 2008 - Parte 2

20) Of Montreal – Skeletal Lumping



Era inevitável que qualquer disco que Of Montreal gravasse após Hissing Fauna, Are You the Destroyer? sofresse com as comparações. Skeletan Lumping não dispõe de uma paleta emocional tão ampla e marcante quanto o disco anterior, mas ao mesmo me parece ser outro grande acerto de Kevin Barnes com a maior parte das suas muitas apostas funcionando muito bem.


Of Montreal – “Id Engager”

19) The Bug – London Zoo



Os pesadelos de Kevin Martin.


The Bug – “Poison Dart”

18) The Mighty Underdogs – Droppin’ Science Fiction



O encontro entre Gift of Gab e Lateef poderia assustar já que se tratam de dois rappers com personalidades muito distantes mas sobre a supervisão do produtor Headnodic eles encontraram um tipo raro de química e lançaram um dos mais expansivos discos de hip hop de 2008. Mas a grande estrela é mesmo a produção primorosa de Headnodic sempre muito criativa (isto num disco que até conta com participação do DJ Shadow numa das faixas).


The Mighty Underdogs – “Science Fiction”

17) Glasvegas – Glasvegas



Não, não se trata do melhor disco que a Creation lançou desde Psychocandy como Alan McGee quer desesperadamente nos convencer. Por baixo de toda a gigantesca produção, o que torna esta estréia da banda escocesa forte o suficiente para ao menos permitir a hipérbole do patrão é o olhar apurado do vocalista e principal compositor James Allan que garante o disco um frescor incomum numa estréia tão hypada.


Glasvegas – “Geraldine”

16) The Fall – Imperial Wax Solvent



Outro grande momento desta instituição chamada Mark E. Smith. A faixa principal do disco “50 Year Old Man” é das mais diretas já compostas por ele e ao longo dos seus doze minutos se revela um primor de invenção (a versão abaixo é mais curta e simples) e o resto do disco não fica muito abaixo.


The Fall – “50 Year Old Man”

15) Jamie Lidell – Jim



Jamie Lidell resolve brincar de ser um grande cantor de soul.


Jamie Lidell – “A Little Bit of Feel Good”

14) British Sea Power – Do You Like Rock Music?



British Sea Power chega ao ser terceiro e melhor disco mais acessível, sem deixar de lado algumas das experimentação que marcaram seu excelente disco de estréia e com composições mais equilibradas do que o anterior Open Season. “Light Out for Darker Skies” é rock de guitarras inglês no que ele tem de melhor, “No Lúcifer” seria uma das melhores faixas de um disco do Blur, “Canvey Island” é uma das melhors amostras do lado mais excêntrico da banda e o hino “Waving Flags” devia constar em todas as listas de melhores do ano. Na metade da primeira audição todo o meu pé atrás quando soube do nome pomposo do disco tinha desaparecido.


British Sea Power – “Waving Flags”

13) These New Puritans – Beat Pyramid



2008 teve algumas poucas estréias melhores que Beat Pyramid, mas dificilmente uma tão promissora. Talvez meu entusiasmo seja por quão improvável é encontrar um bando de garotos que saibam beber tão bem dos primeiros discos do PiL. O fato é que os These New Puritans construíram um álbum que respira seu momento tanto quanto os trabalhos da virada dos ano 70/80 do PiL e The Fall que eles visivelmente veneram e encontraram no caminho algumas das mais ricas soluções sonoras do ano. Só espero não ficar muito embaraçado daqui a 5 anos de ter colocado este disco “só” em 13º.


These New Puritans – “Elvis”

12) Cut Copy – In Ghost Colours



O melhor disco de musica eletrônica do ano. E nenhum outro conta com algo tão grudento como Hearts on Fire.


“Cut Copy – Hearts on Fire”

11) Los Campesinos! – Hold On Now Youngster



O mais prazeroso disco de 2008? Talvez. A verdade é que impossível não se contagiar pela energia dos Campesinos. Os caras quase tiveram dois discos no top 30.


Los Campesinos! – “This is How You Spell ‘Ha Ha Ha We Destroy the Hopes and Dreams of a Generation of Faux Romantics’”

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Melhores de 2008 - Parte 1

Menções honrosas: Alejandro Escovedo - Real Animal; Brett Anderson - Wilderness; Brian Wilson - The Lucky Old Sun; Deerhunter - Microcastle; Fleet Foxes - Fleet Foxes; Flying Lotus - Los Angeles; Friendly Fires - Friendly Fires; Jay Reatard - Matador Singles ‘08; Kanye West - 808s & Heartbreak; Los Campesinos - We Are Beautiful, We Are Doomed; M83 - Saturdays=Youth; Nick Cave & The Bad Seeds - Dig Lazarus Dig!!!; No Age - Nouns; RZA - Digi Snacks; Sparks - Exotic Creatures of the Deep; Sun Kil Moon - April; The Killers - Day & Age; The Magnetic Fields - Distortion; The National - The Virginia EP; Throw Me The Statue - Moonbeams



30) Frightened Rabbit – The Midnight Organ Fight



Frightened Rabbit soa às vezes como uma banda um tanto genérica demais, mas seu líder Scott Hutchison sabe manter The Midnight Organ Fight bastante eclético e tem uma habilidade natural para escavar belas composições da sua dor de cotovelo (não é qualquer um que faz uma canção cujos versos centrais são You won't find love in a hole/ It takes more than fucking someone to keep yourself warm se equilibrar tão bem). A primeira música do disco, “The Modern Leper”, é das melhores do ano.


Frightened Rabbit – “The Modern Leper”



29) The Cool Kids - The Bake Sale



Uma das estréias mais promissoras dos últimos tempos. Um verdadeiro objeto perdido no tempo como se algumas gravações de um duo obscuro de hip hop do fim dos anos 80 tivesse sido descoberta.


The Cool Kids - “88”

28) Wire - Object 47



Em todas as suas muitas encarnações ao longo dos últimos 30 anos, Wire sempre buscou com sucesso alguma maneira de pegar uma embalagem pop – independente de estarem flertando com punk-rock, prog ou pop rock anos 80 - e esvazia-la até quase sobrar somente suas estruturas. Object 47 segue esta trajetória consistente – o título é o mais puro que um disco da banda recebe desde 154 – e se não chega a ser um Chairs Missing é de uma vitalidade impressionante e o melhor da ultima encarnação da banda.


Wire – “One of Us”

27) Death Cab for Cutie – Narrow Stairs



O pobre Death Cab for Cutie precisa agora pagar os pecados por vender álbuns demais, mas Ben Gibbard permanece dono de um dos melhores olhos e ouvidos do indie rock americano basta escutar faixas como “Your New Twin Sized Bed”. Por mais que o som de Narrow Stairs seja um tanto maior que dos discos anteriores é a precisão de Gibbard que permanece sendo o principal elemento da banda.


Death Cab for Cutie – “Your New Twin Sized Bed”

26) Bonnie “Prince” Billy – Lay Down in the Light



Apenas outra excelente coleção de canções de Will Oldham.


Bonnie “Prince” Billy – “Easy Does It”

25) Lambchop – (Oh) Ohio



Ohio é um disco fadado a irritar quem espera que Lambchop faça qualquer movimento para abandonar o nicho que domina tão bem. A esta altura Kurt Wagner está mais que satisfeito em minar esta pequena trincheira que estabeleceu para ele e sua banda e o faz aqui de forma esplendida mesmo sem alcançar altos tão expressivos quanto de Nixon ou Is a Woman.


Lambchop – “Slipped Dissolved and Loosed”

24) Portishead – Third



Não sou tão fã do Portishead como muitos, mas poderia passar horas escutando Beth Gibbons cantar aqui.


Portishead – “Machine Gun”

23) The Walkmen – You & Me



Outro disco que provavelmente tem defensores mais entusiasmados e articulados do que eu. Tem algumas composições impressionantes nasua capacidade de evocar certas imagens específicas (em especial, “Postcards from Tiny Islands”)


The Walkmen – “Canadian Girl”

22) Stephen Malkmus & The Jicks – Real Emotional Trash



Talvez o melhor dos discos de Malkmus desde o fim do Pavement.


Stephen Malkmus & The Jicks – “Dragonfly Pie”

21) Jim Noir – Jim Noir



Passar os olhos rapidamente sobre os títulos das canções deste segundo álbum de Jim Noir diz tudo que precisa se saber a respeito do disco: All Right, Don’t You Worry, Happy Day Today, Same Place Hollyday... Ou talvez baste apontar que Noir compõe perolas pop sobre assuntos como os méritos de CDs e vinyls (Good Old Vinyl). Talvez seja um álbum peso pena demais para muitas listas de melhores do ano, mas poucos discos de 2008 me deixam tão satisfeito quando uma faixa dele aparece no aleatório do meu ipod.


Jim Noir – “Happy Day Today”

sábado, 13 de dezembro de 2008

A lista dos melhores do ano sai esta semana.