quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Melhores de 2008 - Parte 3

10) Brian Eno & David Byrne – Everything That Happens Will Happen Today



Muito distante do que poderiamos esperar de uma parceria Eno/Byrne e de uma limpidez Sonora esntonteante. Eno apresenta algumas belas composições e a voz de Byrne nunca esteve tão boa.


Brian Eno & David Byrne – “Strange Overtones”

9) Vampire Weekend – Vampire Weekend



Dentro da quantidade absurda de hype (e a inevitável reação contrária que se seguiu) acaba se perdendo quão preciso Ezra Koenig é com detalhes (quase todas as canções aqui tem pelo menos um verso que é tão vivido e exato que é difícil a partir daquele ponto manter alguma resistência a ela) e como a banda aperfeiçoou sua formula pop a ponto desta estréia ser mais sólida faixa a faixa que muitas coletâneas por ai..


Vampire Weekend – “Oxford Comma”

8) Nas – Untitled



A segunda metade é uma das maiores coleções de petardos em muito tempo. Nas sério e focado como nada que gravara desde Illmatic.


Nas – “Testify”

7) Spiritualized – Songs in A&E



As canções da UTI de Jason Pierce são uma verdadeira entrevista com a morte, entre a agonia e o alívio, num mergulho no desconhecido como poucas na sua obra.


Spiritualized – “Soul on Fire”

5) The Hold Steady – Stay Positive e The Gaslight Anthem – The '59 Sound



Tanto o Hold Steady quanto o Gaslight Anthem sabem minar a história do rock comercial americano para melhor construir seu som e curiosamente ambos parecem encarar rock como uma verdadeira experiência religiosa. Na altura deste Stay Positive, Craig Finn já mais que aperfeiçoou sua formula e parece nos convidar para uma estadia aconchegante no seu templo enquanto desfila seus causos (aqui filtrados com um pouco mais de distanciamento que nos discos anteriores). A maravilhosa Slapped Actress mais que uma homenagem a John Cassavetes, é uma verdadeira declaração de princípios. Já o Gaslight Anthem mais jovens filtram seu som a partir de uma chave bem mais nostálgica (a melhor música do seu bom disco de estréia Sink and Swin continha os seguintes versos sem nenhuma ironia: You were gonna be my Judy Garland/We were gonna share your Tin Man heart). Sobretudo o Gaslight parece buscar desesperadamente a clareza e limpidez de outra era. Chame-os de Peter Bogdanovich do rock se quiserem, mas a sinceridade e certeza com que se lançam nesta operação tornam de The 59 Sound irresistível.


The Hold Steady – “Slapped Actress”


The Gaslight Anthem – “The 59 Sound”

4) Subtle – ExitingARM



O irmão gêmeo de Dear Science. De certa forma, o melhor grupo de avant hip hop do mundo faz um trabalho ainda mais impressionante de estabelecer pontes sonoras. Pena que o disco tenha passado quase despercebido quando saiu. É verdade que Doseone é por vezes tão obscuro quanto sua voz é elástica, mas ExtingARM merecia sorte melhor.


Subtle – “ExitingARM”

3) Beck – Modern Guilt



O desencontro entre a produção do Danger Mouse e as composições do Beck consegue deixar Modern Guilt mais assustador e sufocante que Sea Change.


Beck – “Volcano”

2) Drive By Truckers – Brighter Than Creation’s Dark



Quando se temia pelo futuro do Drive by Truckers depois da saída do Jason Isbell eis que eles nos entregam dezenove (!) canções perfeitas. Petterson Hood e Mike Cooley, muito obrigado.


Drive By Truckers – “Daddy Needs a Drink”

1) TV on the Radio – Dear Science,



Não tenho muito como evitar ser óbvio desta vez. Para alem das muitas e esperadas grandes soluções sonoras, a grande sacada de David Sitek aqui foi mesmo aumentar a importância dos vocais do Tunde Adebimpe e Kyp Malone, o que garante que Dear Science, mantenha todas as qualidades do Return to Cookie Mountain e ao mesmo tempo seja mais expansivo.


TV on the Radio – “Family Tree”

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Melhores de 2008 - Parte 2

20) Of Montreal – Skeletal Lumping



Era inevitável que qualquer disco que Of Montreal gravasse após Hissing Fauna, Are You the Destroyer? sofresse com as comparações. Skeletan Lumping não dispõe de uma paleta emocional tão ampla e marcante quanto o disco anterior, mas ao mesmo me parece ser outro grande acerto de Kevin Barnes com a maior parte das suas muitas apostas funcionando muito bem.


Of Montreal – “Id Engager”

19) The Bug – London Zoo



Os pesadelos de Kevin Martin.


The Bug – “Poison Dart”

18) The Mighty Underdogs – Droppin’ Science Fiction



O encontro entre Gift of Gab e Lateef poderia assustar já que se tratam de dois rappers com personalidades muito distantes mas sobre a supervisão do produtor Headnodic eles encontraram um tipo raro de química e lançaram um dos mais expansivos discos de hip hop de 2008. Mas a grande estrela é mesmo a produção primorosa de Headnodic sempre muito criativa (isto num disco que até conta com participação do DJ Shadow numa das faixas).


The Mighty Underdogs – “Science Fiction”

17) Glasvegas – Glasvegas



Não, não se trata do melhor disco que a Creation lançou desde Psychocandy como Alan McGee quer desesperadamente nos convencer. Por baixo de toda a gigantesca produção, o que torna esta estréia da banda escocesa forte o suficiente para ao menos permitir a hipérbole do patrão é o olhar apurado do vocalista e principal compositor James Allan que garante o disco um frescor incomum numa estréia tão hypada.


Glasvegas – “Geraldine”

16) The Fall – Imperial Wax Solvent



Outro grande momento desta instituição chamada Mark E. Smith. A faixa principal do disco “50 Year Old Man” é das mais diretas já compostas por ele e ao longo dos seus doze minutos se revela um primor de invenção (a versão abaixo é mais curta e simples) e o resto do disco não fica muito abaixo.


The Fall – “50 Year Old Man”

15) Jamie Lidell – Jim



Jamie Lidell resolve brincar de ser um grande cantor de soul.


Jamie Lidell – “A Little Bit of Feel Good”

14) British Sea Power – Do You Like Rock Music?



British Sea Power chega ao ser terceiro e melhor disco mais acessível, sem deixar de lado algumas das experimentação que marcaram seu excelente disco de estréia e com composições mais equilibradas do que o anterior Open Season. “Light Out for Darker Skies” é rock de guitarras inglês no que ele tem de melhor, “No Lúcifer” seria uma das melhores faixas de um disco do Blur, “Canvey Island” é uma das melhors amostras do lado mais excêntrico da banda e o hino “Waving Flags” devia constar em todas as listas de melhores do ano. Na metade da primeira audição todo o meu pé atrás quando soube do nome pomposo do disco tinha desaparecido.


British Sea Power – “Waving Flags”

13) These New Puritans – Beat Pyramid



2008 teve algumas poucas estréias melhores que Beat Pyramid, mas dificilmente uma tão promissora. Talvez meu entusiasmo seja por quão improvável é encontrar um bando de garotos que saibam beber tão bem dos primeiros discos do PiL. O fato é que os These New Puritans construíram um álbum que respira seu momento tanto quanto os trabalhos da virada dos ano 70/80 do PiL e The Fall que eles visivelmente veneram e encontraram no caminho algumas das mais ricas soluções sonoras do ano. Só espero não ficar muito embaraçado daqui a 5 anos de ter colocado este disco “só” em 13º.


These New Puritans – “Elvis”

12) Cut Copy – In Ghost Colours



O melhor disco de musica eletrônica do ano. E nenhum outro conta com algo tão grudento como Hearts on Fire.


“Cut Copy – Hearts on Fire”

11) Los Campesinos! – Hold On Now Youngster



O mais prazeroso disco de 2008? Talvez. A verdade é que impossível não se contagiar pela energia dos Campesinos. Os caras quase tiveram dois discos no top 30.


Los Campesinos! – “This is How You Spell ‘Ha Ha Ha We Destroy the Hopes and Dreams of a Generation of Faux Romantics’”

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Melhores de 2008 - Parte 1

Menções honrosas: Alejandro Escovedo - Real Animal; Brett Anderson - Wilderness; Brian Wilson - The Lucky Old Sun; Deerhunter - Microcastle; Fleet Foxes - Fleet Foxes; Flying Lotus - Los Angeles; Friendly Fires - Friendly Fires; Jay Reatard - Matador Singles ‘08; Kanye West - 808s & Heartbreak; Los Campesinos - We Are Beautiful, We Are Doomed; M83 - Saturdays=Youth; Nick Cave & The Bad Seeds - Dig Lazarus Dig!!!; No Age - Nouns; RZA - Digi Snacks; Sparks - Exotic Creatures of the Deep; Sun Kil Moon - April; The Killers - Day & Age; The Magnetic Fields - Distortion; The National - The Virginia EP; Throw Me The Statue - Moonbeams



30) Frightened Rabbit – The Midnight Organ Fight



Frightened Rabbit soa às vezes como uma banda um tanto genérica demais, mas seu líder Scott Hutchison sabe manter The Midnight Organ Fight bastante eclético e tem uma habilidade natural para escavar belas composições da sua dor de cotovelo (não é qualquer um que faz uma canção cujos versos centrais são You won't find love in a hole/ It takes more than fucking someone to keep yourself warm se equilibrar tão bem). A primeira música do disco, “The Modern Leper”, é das melhores do ano.


Frightened Rabbit – “The Modern Leper”



29) The Cool Kids - The Bake Sale



Uma das estréias mais promissoras dos últimos tempos. Um verdadeiro objeto perdido no tempo como se algumas gravações de um duo obscuro de hip hop do fim dos anos 80 tivesse sido descoberta.


The Cool Kids - “88”

28) Wire - Object 47



Em todas as suas muitas encarnações ao longo dos últimos 30 anos, Wire sempre buscou com sucesso alguma maneira de pegar uma embalagem pop – independente de estarem flertando com punk-rock, prog ou pop rock anos 80 - e esvazia-la até quase sobrar somente suas estruturas. Object 47 segue esta trajetória consistente – o título é o mais puro que um disco da banda recebe desde 154 – e se não chega a ser um Chairs Missing é de uma vitalidade impressionante e o melhor da ultima encarnação da banda.


Wire – “One of Us”

27) Death Cab for Cutie – Narrow Stairs



O pobre Death Cab for Cutie precisa agora pagar os pecados por vender álbuns demais, mas Ben Gibbard permanece dono de um dos melhores olhos e ouvidos do indie rock americano basta escutar faixas como “Your New Twin Sized Bed”. Por mais que o som de Narrow Stairs seja um tanto maior que dos discos anteriores é a precisão de Gibbard que permanece sendo o principal elemento da banda.


Death Cab for Cutie – “Your New Twin Sized Bed”

26) Bonnie “Prince” Billy – Lay Down in the Light



Apenas outra excelente coleção de canções de Will Oldham.


Bonnie “Prince” Billy – “Easy Does It”

25) Lambchop – (Oh) Ohio



Ohio é um disco fadado a irritar quem espera que Lambchop faça qualquer movimento para abandonar o nicho que domina tão bem. A esta altura Kurt Wagner está mais que satisfeito em minar esta pequena trincheira que estabeleceu para ele e sua banda e o faz aqui de forma esplendida mesmo sem alcançar altos tão expressivos quanto de Nixon ou Is a Woman.


Lambchop – “Slipped Dissolved and Loosed”

24) Portishead – Third



Não sou tão fã do Portishead como muitos, mas poderia passar horas escutando Beth Gibbons cantar aqui.


Portishead – “Machine Gun”

23) The Walkmen – You & Me



Outro disco que provavelmente tem defensores mais entusiasmados e articulados do que eu. Tem algumas composições impressionantes nasua capacidade de evocar certas imagens específicas (em especial, “Postcards from Tiny Islands”)


The Walkmen – “Canadian Girl”

22) Stephen Malkmus & The Jicks – Real Emotional Trash



Talvez o melhor dos discos de Malkmus desde o fim do Pavement.


Stephen Malkmus & The Jicks – “Dragonfly Pie”

21) Jim Noir – Jim Noir



Passar os olhos rapidamente sobre os títulos das canções deste segundo álbum de Jim Noir diz tudo que precisa se saber a respeito do disco: All Right, Don’t You Worry, Happy Day Today, Same Place Hollyday... Ou talvez baste apontar que Noir compõe perolas pop sobre assuntos como os méritos de CDs e vinyls (Good Old Vinyl). Talvez seja um álbum peso pena demais para muitas listas de melhores do ano, mas poucos discos de 2008 me deixam tão satisfeito quando uma faixa dele aparece no aleatório do meu ipod.


Jim Noir – “Happy Day Today”

sábado, 13 de dezembro de 2008

A lista dos melhores do ano sai esta semana.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Little Joy - Little Joy




Pode se elogiar um disco dizendo que seu grande mérito é ser melhor que os discos solo do Albert Hammond Jr? Pois bem, este me parece o máximo que se pode dizer sobre Little Joy. Como estou mais interessado no Amarante do que no Moretti não é uma afirmação que me diga grande coisa. Little Joy é um disco pequeno por definição, mas nos faz pensar muito menos num album de virtudes modestas do que simplesmente um pequeno disco mediocre. Little Joy pode até ser agradavel, mas raramente se revela mais do que um pequeno disco indie gênerico, simpático, mas ordinário.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Duas Observações

Escutei pouco o disco, mas vale apontar que a Pitchfork publicou uma critica positiva do disco que o Amarante lançou com o Fabrizio Moretti. Não deixa de ser surpreendente já que os Strokes estão a muito no livro negro do site.

Observação sobre o disco do The Cure: algum produtor já teve a idéia de sugerir uma turnê conjunta entre Cure e os Violent Femmes?

Nas - Black President

Retomando o blog e em homenagem a eleição do Obama fica ai a última música do disco do Nas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pílulas

Desculpem o silêncio, mas as coisas andam corridas por aqui. Por conta do Festival do Rio o blog deve ficar sem atualização pelas próximas duas semanas, mas ficam aqui algumas pílulas de discos recentes:

The Verve - Forth

Termina lembrando bastante o Evergreen do Echo & The Bunnymen (o que faz com que eu me sinta muito velho). A banda certamente não passa vergonha tendo este disco no currículo, mas também não acrescenta tanto. Se me pedissem para montar uma colêtanea de 45 minutos do Verve provavelmente incluiria umas duas canções do disco.

Brett Anderson - Wilderness

Se os comentários sobre o disco do Oasis forem verdade, este é ano do retorno dos dinossauros do Britpop. Este segundo solo do Anderson é a melhor coisa que ele grava desde Coming Up (ok, até este fã sabe que isto não significa grande coisa).

Of Montreal - Skeletal Lamping

Não tem o mesmo impacto emocional do disco anterior, ainda assim dos melhores do ano.

sábado, 30 de agosto de 2008

David Byrne & Brian Eno - Everything That Happens Will Happen Today




A reação inevitável a notícia de nova parceria entre Brian Eno e David Byrne foi o temor. Tenho muitas boas memórias dos três discos dos Talikng Heads que Eno produziu (Remain in Light estaria bem próximo do topo de uma lista minha de discos favoritos) e o anterior My Life in the Bush of Ghosts é uma dessas raras obras de arte que eu evito revisitar porque ela simplesmente me enche de medo. A idéia de Byrne e Eno se reunirem agora parecia receita para um desastre inevitável. Everything That Happens Will Happen Today não é um novo My Life in the Bush of Ghosts (ou Remain in Light ou Fear of Music, etc.), mas está bem distante da reunião cínica que temíamos. Se o disco tem um defeito é que de certa forma tudo nele é por demais previsto numa relação dialética com as parcerias anteriores da dupla, a tal ponto que tenho minhas dúvidas se o disco possa significar grande coisa para quem não seja bem versado na obra pregressa deles. O tom já fica claro na primeira faixa “Home”, espécie de contraponto benigno de “Once in a Lifetime” (apesar de Byrne não resistir a incluir sutis sugestões de que a domesticidade ali descrita seja só fachada). Se My Life ainda soa atualíssimo (e provavelmente vai continuar soando em 2028), Everything That Happens propõe um retorno a um passado muito distante. Mas é preciso compreender que estamos longe de um simples retorno reacionário a alguma pureza musical imaginária, longe disso o disco é bem coerente dentro deste projeto musical e este mergulho no passado vem acompanhado da mesma procura pelo moderno que antes acompanhara o passeio de Byrne e Eno por sons do terceiro mundo. Byrne descreveu o disco como “gospel eletrônico”, e a expressão ajuda a explicar um pouco do que eles estão atrás. A faixa-título em especial é provavelmente o melhor exemplar de flerte entre alguma figura proeminente do rock com música gospel que me lembro. Outros pontos inclui a já mencionada “Home”, a oblíqua “I Feel My Stuff”, “Wanted for Life”, que poderia facilmente estar em qualquer disco dos Talking Heads, e a maravilhosa “Strange Overtones”. Chris Martin deveria processar Eno já que é óbvio que nosso não-músico favorito guardou todas as suas melhores idéias para este disco e a voz do Byrne nunca soou tão boa.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Em homenagem ao Ruy

Estava hoje ouvindo Zumbi do Mato e resolvi postar aqui o link para a singela homenagem que a banda fez para o Ruy Gardnier: "Rui não sabe nada de cinema"

Falando em Ruy o garoto jáfaz alguns meses está com um segundo blog de música.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Um disco por ano

Como o anônimo pediu listas, segue ai um exercício que me propuseram uns tempos atrás, escolher o melhor disco por ano desde que eu nasci.

1981: Mission of Burma - Signals, Calls and Marches

Meio trapaça começar com um EP, mas entre “That’s When I Reach for my Revolver” e “This is Not a Photograph” esta estréia do Mission of Burma é irressistivel. Algumas possíveis alternativas: Red Mecca (Cabaret Voltaire), Dare (The Human League), Heaven Up Here (Echo & The Bunnymen).

1982: Bruce Springsteen – Nebraska

Ao contrário de 81 este me parece um ano bem fraco, o que não diminui o brilho do melhor disco de Springsteen. Mas minha única outra possível opção seria Combat Rock do Clash.

1983: Violent Femmes - Violent Femmes

Um favorito sentimental, não que o tempo tenha reduzido minha apreciação de “Blister in the Sun”, “Kiss Off” ou “Gone Daddy Gone”.

1984: The Replacements - Let It Be

84 curioso cheio de discos 5 estrelas que venderam milhões de cópias (Purple Rain, Born in the USA, Welcome to the Pleasuredome), mas o ponto do ano é mesmo o melhor disco dos Replacements.

1985: The Jesus and Mary Chain – Psychocandy

Durante muitos anos foi meu disco favorito e acho que até hoje nunca recebeu crédito suficiente pela influencia para o bem e para o mal que teve. E ninguém nunca fez distorção soar tão sedutora. Alternativas muito muito distantes: Rain Dogs (Tom Waits), Fear and Whiskey (Mekons), Rum, Sodomy and the Lash (Pogues).

1986: Steve Earle - Guitar Town

Se mais gente ouvisse Guitar Town, Country teria uma reputação muito melhor.

1987: The Cure – Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me

87 é um ano curioso onde se eu listar meus 10 albuns favoritos eles viriam acompanhados de um comentário sobre como os artistas invariavelmente fizeram discos mais fortes pouco antes ou pouco depois. Provavelmente o posterior Desintegration é mais coeso, mas Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me é o disco que melhor equilibra os interesses do Robert Smith.

1988: Sonic Youth – Daydream Nation

Numa genuína batalha de gigantes Daydream Nation supera por muitíssimo pouco It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back, e quem é que escolher qualquer outro disco neste ano é insano ou tem muito mau gosto.

1989/1990: N.W.A. – Straight Outta Compton/Ice Cube – AmeriKKKa’s Most Wanted

E com esta dupla, Ice Cube se torna o único dono de dois primeiros lugares na lista, e em seqüência. O que em retrospecto me deixa ainda mais deprimido a respeito da obra do rapaz na última década. Ainda assim entre estes dois discos se encontram “Straight Outta Compton”, “Fuck the Police”, “Express Yourself”, “Endagered Species”, etc.

1991: My Bloody Valentine - Loveless

Outro destes anos onde o primeiro lugar é inevitável, apesar de que se fosse justo escolhe-lo Star Time, a coletânea em 4 Cds do James Brown seria imbatível.

1992: Pavement – Slanted & Enchanted

Discordo dos fãs xiitas que acham que a banda nunca foi a mesma depois que Stephen Malkmus demitiu o Gary Young, mas este é mesmo o mais charmoso dos discos do Pavement.

1993: Wu-Tang Clan - Enter the Wu-Tang

RZA é um gênio e Method Man estava no auge.

1994: Jeff Buckley - Grace

Ano cheio de obras-primas Crooked Rain, Crooked Rain (Pavement), Parklife (Blur), American Recordings (Johnny Cash), His n’ Hers (Pulp), mas é difícil escolher outro disco.

1995: Pulp - Different Class

Se me pedissem para listar minhas bandas favoritas Pulp certamente estaria próximo ao topo da lista. Eu prefiro por muito pouco This is Hardcore, mas um disco que tem “Common People”, “Disco 2000”, “Sorted for E’s & Wizz” e “Underwear” é perfeito.

1996: Beck – Odelay

Ainda me lembro perfeitamente da tarde de sábado em que a minha mãe me levou até a loja de discos comprar Odelay. Alias, muitas outras alternatives em 96: I Feel Alright (Steve Earle), Pre-Milleniun Tension (Tricky), Emperor Tomato Ketchup (Stereolab), Endtroducing (DJ Shadow), Ironman (Ghostface Killah), Reasonable Doubt (Jay-Z).

1997: Spiritualized - Ladies and Gentlemen We're Floating in Space

Desde a estréia do Spacemen 3, Jason Pierce esteve envolvido em muitos grandes discos, mas nenhum tão brilhante quanto este. Tudo em Ladies and Gentlemen é perfeito do encarte (que mais do que justifica ter uma edição física do disco) a última faixa “Cop Shot Cop”, um épico tão rico e belamente sustentado quanto qualquer um dos lados de Bitches Brew.

1998: Neutral Milk Hotel - In the Aeroplane over the Sea

Elephant 6 lançou muito discos fodas nos anos 90, mas nenhum tão bom quanto este.

1999: The Flaming Lips - The Soft Bulletin

Eu teria gostado do Superman do Brian Singer muito mais se ele tivesse colocado “Waiting for Superman” nos créditos finais. Por sinal, 13 é o quarto disco consecutivo do Blur que bateu na trave na hora que eu montava a lista.

2000: Radiohead - Kid A

Foi dificil escolher entre Kid A, Rated R e Stankonia, mas eu escuto Kid A de ponta a ponta com mais freqüência.

2001: Bob Dylan – “Love & Theft”

Melhor que a grande maioria dos discos clássicos dele. Álbuns que teriam alguma chance num ano normal: The Blueprint (Jay-Z), Let It Come Down (Spiritualized), Is This It (Strokes), Amnesiac (Radiohead).

2002: Wilco - Yankee Hotel Foxtrot

Acho que tenho que agradecer a Warner por tirar Yankee Hotel Foxtrot do caminho do Dylan.

2003: Fountains of Wayne – Welcome Interstate Managers

Vencendo por muito pouco Transatlanticism do Death Cab for Cutie no ano das bandas indie subitamente populares.

2004: Franz Ferdinand - Franz Ferdinand

Ainda em alta rotação aqui em casa.

2005: Art Brut - Bang Bang Rock n'Roll

Eddie Argos sedimentou o primeiro lugar quando decidiu que precisava soltar “I've seen her naked twice!” duas vezes em “Good Weekend”. Algumas alternativas: Be (Common), LCD Soundsystem (LCD Soundsystem), I Am a Bird Now (Antony & the Johnsons), Alligator (The National), The Woods (Sleater-Kinney), Separation Sunday (The Hold Steady).

2006: The Hold Steady - Boys and Girls in America

The Hold Steady poderia facilmente ganhar qualquer um dos anos que lançaram discos (e por sinal vale muito a pena caçar no soulseek os discos do Lifter Puller).

2007: The National – Boxer

James Murphy tem as 3 melhores músicas do ano, mas Boxer é o disco mais redondo. O resto da minha lista dos 10 melhores de 2007 (mais ou menos em ordem): Sound of Silver (LCD Soundsystem), Night Falls Over Kortedala (Jens Lekman), It’s a Bit Complicated (Art Brut), The Reminder (Feist), American Gangster (Jay-Z), In Rainbows (Radiohead), Send Away the Tigers (Manic Street Preachers), Kala (M.I.A.), 8 Diagrams (Wu-Tang Clan), Hissing Fauna, Are You the Destroyer? (Of Montreal).